1. Conceito de inflação
A inflação pode ser conceituada como um aumento contínuo e
generalizado no nível geral de preços. Ou seja, os movimentos inflacionários
representam elevações em todos os bens produzidos pela economia e não
meramente o aumento de um determinado preço. Outro aspecto fundamental
refere-se ao fato de que o fenômeno inflacionário exige a elevação contínua dos
preços durante um período de tempo, e não meramente uma elevação
esporádica dos preços.
2. As distorções provocadas por altas taxas de inflaçãoO processo inflacionário, especialmente aquele caracterizado por
elevadas taxas e particularmente por taxas que oscilam, tem sua previsibilidade
dificultada por parte dos agentes econômicos, e promove profundas distorções
na estrutura produtiva, inclusive provocando um equilíbrio abaixo do nível de
pleno emprego.
2.1. Efeito sobre a distribuição de renda
Talvez a distorção mais séria provocada pela inflação diga respeito à
redução relativa do poder aquisitivo das classes que dependem de rendimentos
fixos, que possuem prazos legais de reajuste. Neste caso, estão os assalariados
que, corri o passar do tempo, vão ficando com seus orçamentos cada vez mais
reduzidos, até a chegada de um novo reajuste. Os proprietários que auferem
renda de aluguel também têm uma perda de rendimento real, ao longo do
processo inflacionário, mas estes são compensados pela valorização de seus
imóveis, que costuma caminhar à frente das taxas de inflação. Nesta categoria
também estão os capitalistas, que têm mais condições de repassar os aumentos
de custos provocados pela inflação, procurando garantir a manutenção de seus
lucros.
3. Causas clássicas de inflação
Como dissemos inicialmente, a inflação representa um conflito
distributivo pela repartição do produto não adequadamente administrado.
Tradicionalmente, a literatura econômica consagrou duas correntes básicas: a
inflação provocada pelo excesso de demanda agregada (inflação de demanda) e
a inflação causada por elevações de custos (inflação de custos).
3.1. Inflação de demanda
A inflação de demanda, considerada o tipo mais "clássico" de inflação,
diz respeito ao excesso de demanda agregada, em relação à produção
disponível de bens e serviços. Intuitivamente, ela pode ser entendida como
"dinheiro demais à procura de poucos bens".
3.2. Inflação de custos
A inflação de custos pode ser associada a uma inflação tipicamente de
oferta. O nível de demanda permanece praticamente o mesmo, mas os custos de
certos insumos importantes aumentam e são repassados aos preços dos
produtos.
A sua natureza geral é a seguinte: o preço de um bem ou serviço tende a
relacionar-se bastante com seus custos de produção. Se estes aumentam, mais
cedo ou mais tarde o preço do bem provavelmente aumentará. Uma razão
freqüente para o aumento de custos são os aumentos salariais. O aumento das
taxas de salários, entretanto, não necessariamente significa que os custos
unitários de produção de um bem aumentaram. Se a produtividade da mão-deobra
empregada aumenta na mesma proporção dos salários, os custos unitários
por unidade de produto não são afetados. Por exemplo, se os salários
aumentam em 10% e a produção por trabalhador aumenta na mesma proporção,
não há razão para se elevarem os preços, pois os custos salariais, por unidade
de produto, permaneceram os mesmos.
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